

Texto de Joana Alves | Psicóloga clínica
As férias são o momento ideal para descansar, relaxar, desconectar e recuperar as energias da intensidade do dia a dia. No entanto, para alguns isto não parece ser uma tarefa fácil e pode até vir acompanhada de vários sintomas: dificuldade em relaxar, níveis elevados de ansiedade, incapacidade de desligar do trabalho, irritabilidade, inquietação e sentimentos de culpa por não estar a ser produtivo/a.
Porque sentimos esta dificuldade?
Durante todo o ano vivemos num ritmo muito acelerado, cheio de estímulos, pressões e com pouco autocuidado. Aquilo que parece ser algo inofensivo passa a ser um grande desafio: a mente e o corpo habituam-se a um estado constante de alerta e não conseguimos relaxar.
O sistema de alerta concentra a nossa atenção e os recursos para fazermos algo em relação a um perigo. É suposto ser temporário, para nos ajudar a sobreviver. No entanto, nesta era moderna, a nossa mente interpreta muitas situações como perigosas (pressão no trabalho, comparações, ter tarefas pendentes, ter de falar com o chefe, estar à espera de uma resposta, etc.), o que leva o corpo a responder da mesma forma como se a nossa sobrevivência estivesse em causa.
Assim, se estamos ansiosos, quando chega o momento em que podemos efetivamente relaxar não o conseguimos fazer, pois estamos muito envolvidos nos mecanismos de alerta e não conseguimos ativar o sistema de calma. Esta agitação também pode fazer com que as férias sejam inundadas de atividades, impossibilitando o descanso, mais uma vez. Como se isto não fosse por si só suficiente, ainda pode ser acrescentado a este cenário o impacto das redes sociais, que
aumentam os níveis de ansiedade e de baixa autoestima. Vemos apenas o lado perfeito da vida, inclusive das férias, criando uma expetativa de como as coisas devem ser, o que não é de todo real.
Como reduzir a ansiedade nas férias
A ansiedade é uma característica biológica intrínseca ao ser humano e uma emoção que surge quando algo nos assusta ou preocupa. Todos nós sentimos ansiedade. No entanto, quando a ansiedade é frequente, intensa e interfere na qualidade de vida, é necessário procurar ajuda profissional.
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