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Autocompaixão, o poder de ser gentil consigo mesmo

Descubra o que é a autocompaixão e como ser mais gentil consigo mesmo pode reduzir a autocrítica, fortalecer a autoestima e melhorar a saúde mental. Aprenda práticas simples para cultivar a bondade interior e viver com mais equilíbrio emocional.

homem abraçado a si mesmo e a ser reconfortado por si, como um ato de autocompaixão

Já reparou na forma como fala consigo? 

É um discurso que teria com uma criança ou com alguém de quem gosta? Se a resposta é não, possivelmente tem um discurso interno crítico

Muitas pessoas acreditam que a autocrítica as leva a serem melhores e a conseguirem alcançar mais sucesso. Mas a realidade é que a voz crítica se foca tanto nas falhas e fragilidades que, por mais que se esforce, vai ter sempre a sensação de que nunca é suficiente. Assim, a autocrítica excessiva reduz a sua autoconfiança, e pode aumentar os níveis de ansiedade e depressão. 

Neste contexto, surge a autocompaixão como uma alternativa poderosa à autocrítica, permitindo substituir a sua voz crítica por uma narrativa interna compassiva e desenvolver, assim, um poderoso aliado.

A autocrítica excessiva pode aumentar os níveis de ansiedade e depressão

O que é a autocompaixão?

A autocompaixão é tratar-se da mesma forma que trataria um amigo que se encontra em dificuldades, mesmo que essa pessoa tenha cometido um grande erro, esteja a sentirse excluído/desintegrado do mundo ou a enfrentar um desafio significativo.

Segundo a definição de Kristin Neff, uma das pioneiras no estudo desta área, a autocompaixão é composta por três elementos centrais:

  1. Bondade consigo mesmo 
    Ser tão atencioso consigo como é com os outros, reconfortando-se ativamente e oferecendo aceitação, apoio e cordialidade, mesmo quando se sente inadequado;

  2. Humanidade comum 
    Reconhecer que todos os seres humanos são uma obra em construção, que falham, cometem erros e passam por dificuldades na vida. Quando temos isto em conta, cada momento de sofrimento é transformado num momento de conexão com os outros, evitando o isolamento;

  3. Mindfulness
    Ter abertura para o momento presente, ter consciência de todos os pensamentos, emoções, sensações e julgamentos sem que lhes resista, que os evite ou que seja absorvido por eles. Permite reconhecer e aceitar a dor, em vez de fugir, respondendo com amor e gentileza. 
    São vários os estudos que demonstram que a autocompaixão é uma prática que permite abraçarmos a nossa humanidade, lidar com as falhas de forma mais saudável, diminuir a comparação e construir uma vida mais satisfatória. A autocompaixão está fortemente associada a menores níveis de ansiedade e depressão, ajuda a desenvolver uma maior resiliência emocional e a reduzir a ruminação.

Como praticar a autocompaixão?

Existem vários exercícios para tornar a sua mente mais compassiva. Partilho algumas sugestões:

  • Comece por identificar a sua voz crítica. Qual o tom que esta voz tem? Em que momentos surge? Que expressões costuma utilizar?;
  • Perceba que não vai conseguir controlar o aparecimento dos seus pensamentos críticos, mas que os pode identificar, questionar e mudar;
  • Acolha as suas emoções sem fazer julgamento;
  • Fale consigo da mesma forma que falaria com alguém de quem gosta muito
  • Escreva uma carta como se estivesse a falar com um amigo que se esteja a debater com as mesmas preocupações ou questões. Depois leia essa carta para si mesmo. 

Em suma, reconhecer o sofrimento, tratar-se com bondade e lembrar que ninguém é perfeito são pilares desta abordagem. Em vez de se perder em julgamentos, assuma uma relação amigável consigo, o que possibilita transformar situações desafiantes em oportunidades para evoluir. No entanto, se sentir que a sua autocrítica é muito intensa e acarreta sofrimento, é importante que procure ajuda profissional.