A diabetes é uma epidemia silenciosa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Saiba como reconhecer os sintomas, prevenir a doença com alimentação e exercício, e controlar os níveis de açúcar no sangue para proteger a sua saúde.
A diabetes mellitus (DM) é uma doença crónica que leva à elevação dos níveis de açúcar no sangue e que, na ausência de tratamento, provoca dano em vários órgãos do corpo. Resulta, essencialmente, de defeitos da ação e/ou produção de insulina. A sua incidência tem vindo a crescer, estimando-se que afete cerca de 13% da população portuguesa. No mundo, os números também não param de aumentar, afetando já cerca de 400 milhões de pessoas.
A maioria dos casos de DM é classificada como tipo 2, afetando principalmente pessoas adultas ou idosas, com excesso de peso ou obesidade, privação de sono, fumadoras, sedentárias ou com estilos de vida pouco saudável e ainda que tenham outras doenças, como hipertensão arterial. Ou seja, está fortemente relacionada com hábitos adquiridos na civilização moderna, tornando-se uma epidemia. Ter um familiar direto com a doença também contribui para o aumento do risco.
Esta doença é responsável por várias complicações que diminuem a qualidade de vida, podendo provocar a morte precoce. Não tem cura, mas é possível ser controlada, quando detetada atempadamente e instituída a medicação adequada. Nalguns casos, o cuidado com a alimentação, a prática regular de exercício físico e a redução do stresse são suficientes para evitar a doença ou, pelo menos, mantê-la controlada.
A DM tipo 2 pode começar por ser uma doença silenciosa, sem sintomas. Quando estes surgem são indicativos de descompensação e podem ser: sensação de sede exagerada, aumento do apetite, vontade frequente em urinar, boca seca, cansaço fácil e ainda perturbações da visão.
Em caso de suspeição da doença deverá procurar o seu médico assistente. Através de uma análise ao sangue será possível chegar rapidamente ao diagnóstico.
O tratamento da DM tipo 2 poderá incluir a necessidade de tomar medicação, quando as mudanças de estilo de vida não se revelam suficientes. Os antidiabéticos orais revelam-se a primeira linha de tratamento e ajudam a manter os níveis de açúcar no sangue controlados, através de vários mecanismos que incluem a estimulação da produção de insulina, a eliminação do açúcar pela urina e a restrição de produção de açúcar pelo fígado. As novas medicações injetáveis têm revolucionado o tratamento desta epidemia ao ajudarem não só a controlar a glicemia, mas também a promover a perda de peso. A injeção de insulina diretamente no corpo fica reservada para os casos mais graves, em que a administração de medicação oral não se tenha revelado suficiente.
Quando não é devidamente tratada, a DM pode levar a complicações graves, como: agravamento de doenças cardiovasculares, neuropatia (alterando a sensibilidade e mobilidade), retinopatia (podendo causar cegueira), surdez e aumento do risco de infeção. Por favorecer o desenvolvimento de vários micro-organismos e dificultar a circulação sanguínea, a DM dificulta ainda a cicatrização de feridas.
A dieta alimentar é a principal chave na prevenção e no controlo da DM tipo 2, e pressupõe a redução do consumo de açúcar e de alimentos ricos em hidratos de carbono. No entanto, importa relembrar que o açúcar não se esconde apenas nos doces e nas sobremesas, mas também em bebidas açucaradas, bebidas alcoólicas e alimentos como frutas (se consumidas em excesso), arroz, massa e batata.
Saiba que a forma como lida com a doença é o principal fator de sucesso no controlo desta epidemia.