Pulgas e Carraças em Gatos

Algumas doenças que afetam os animais, e que podem, em parte, ser evitadas com uma desparasitação, têm origem em parasitas externos, nomeadamente em pulgas e carraças.
A pulga, pela sua elevada capacidade de reprodução, consegue por dia, dar origem a outras 20, sendo que no final da sua vida reprodutora pode ter deposto ovos num volume equivalente a 1.500 vezes o seu próprio volume.
São os excrementos dos parasitas que permitem detetar a presença de pulgas no corpo do gato, embora a sua aparência possa levar a confundi-los com minúsculos grãos de areia negra. Existe, porém, um teste fácil que desfaz as dúvidas: recolhem-se alguns excrementos e colocam-se num algodão embebido em água oxigenada – os excrementos dissolvem-se, surgindo à sua volta um pequeno halo castanho-avermelhado.
As pulgas podem ser uma fonte de diversos problemas para a saúde do gato. Um deles é a dermatite alérgica à “saliva”, uma reação à substância que o parasita injeta no animal para que o sangue não coagule e, com isso, garantir o alimento. A picada deixa a pele irritada, fazendo com que o gato se coce.
O risco de infestação para o homem existe por contacto direto com as pulgas, quer no corpo do gato, quer no ambiente – é que estes parasitas podem instalar-se em locais húmidos da casa com ranhuras e frestas para a postura dos ovos.
Dado o risco para o gato e para as pessoas que com ele convivem, há que manter as pulgas ao longe. O que passa, antes de mais, por tratar o animal, com recurso a uma das várias substâncias desparasitantes existentes em farmácia:
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Pulverizadores: têm um efeito mais imediato
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Coleiras anti-pulgas: são mais duradouras, desde que bem aplicadas.
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Produtos em spot-on: são resistentes ao banho e a eficácia decorre do facto de, por conterem um excipiente oleoso, serem absorvidos pela gordura do animal, assim se dispersando por todo o corpo.
Outro dos parasitas externos que afetam o gato são as carraças. Estas instalam-se geralmente nas zonas de pele fina, como a face, o pavilhão auricular, as axilas e a região interna das coxas e, após penetrarem na pele do animal com a sua armadura bucal, segregam um excremento que as fixa mais solidamente. A partir desta altura, as carraças, começam a alimentar-se, o que fazem em duas fases – uma de engurgitamento lento e progressivo e outra mais rápida, que dura um a três dias, ao longo dos quais crescem bastante.
A sua presença num gato pode de imediato dar origem a uma reação alérgica no local da mordedura, tendo como sintomas: vermelhidão e inchaço. Estes podem ser agravados pelo comportamento do próprio animal: as arranhadelas e lambeduras favorecem infeções secundárias causadas por bactérias.
Outro risco associado às carraças é o da transmissão de doenças infeciosas, como a babesiose, mais conhecida por febre da carraça. Afetando sobretudo os gatos com menos de dois anos e causa:
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inapetência
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letargia
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fraqueza
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palidez das mucosas
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mais raramente febre e icterícia
Para superar a doença, procede-se a tratamento antiparasitário e a terapêutica específica.
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