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Treino físico para pessoas com doença oncológica

Exercício físico adaptado ajuda a reduzir sintomas do cancro, melhora a recuperação, o bem-estar e a qualidade de vida durante e após o tratamento.

mulher a fazer exercicio fisico destinado a pessoas com doença oncológica

Texto de Nico Buzu | Personal trainer

Descubra os principais benefícios.

O diagnóstico de cancro é sempre um momento desafiante. A pessoa vê a sua vida alterada, não apenas pela doença em si, mas também pelos efeitos dos tratamentos, como fadiga, dores, alterações no apetite e impacto psicológico. Nos últimos anos, a ciência tem reforçado o papel do exercício físico como ferramenta terapêutica complementar, capaz de reduzir sintomas, apoiar na recuperação e devolver a autonomia. 

Benefícios do exercício físico para pessoas com doença oncológica
O exercício físico, devidamente adaptado e acompanhado por um profissional habilitado, promove múltiplos benefícios:

  • Redução da fadiga, um dos sintomas mais debilitantes associados aos tratamentos; 
  • Melhoria da função imunitária, contribuindo para uma melhor resposta do organismo à quimioterapia e radioterapia; 
  • Manutenção da massa muscular e da densidade óssea, frequentemente comprometidas durante o tratamento;
  • Aumento da capacidade cardiorrespiratória, que ajuda a reduzir complicações cardiovasculares; 
  • Impacto positivo no bem-estar psicológico, diminuindo a ansiedade, o risco de depressão e aumentando a autoestima. 

Importa sublinhar que estas vantagens não são apenas fisiológicas. O exercício confere a estas pessoas uma sensação de controlo, algo fundamental num processo em que tantas vezes se sentem sem controlo sobre o que está a acontecer na sua vida.

Como deve ser o treino
Cada plano deve ser individualizado e adaptado ao tipo de tumor, à fase do tratamento, ao estado físico e a eventuais limitações. A intervenção deve ser sempre realizada em articulação com a equipa médica e reavaliada periodicamente para garantir que o treino está devidamente ajustado.

O exercício ajuda a reduzir sintomas e apoia na recuperação

Os principais pilares são:

  1. Treino aeróbico moderado
    Caminhadas, bicicleta estática ou hidroginástica, praticados duas a três vezes por semana, ajudam a melhorar a resistência, regular o sono e reduzir a fadiga.
  2. Treino de força
    Exercícios com elásticos, pesos leves e máquinas adaptadas preservam a massa muscular e funcionalidade, recomendando-se duas sessões semanais.
  3. Flexibilidade e mobilidade
    Alongamentos suaves e exercícios articulares evitam rigidez e melhoram a postura, muitas vezes afetada pelos tratamentos.
  4. Respiração e relaxamento
    Técnicas respiratórias, ioga e pilates adaptado ajudam a gerir o stresse e a melhorar a oxigenação dos tecidos.

Precauções essenciais
Apesar dos inúmeros benefícios, é fundamental garantir a segurança:

  • O treino deve ser supervisionado por profissionais especializados em exercício oncológico;
  • Os períodos de maior debilidade devem ser respeitados, através do ajustamento das cargas e da intensidade;
  • O treino deve ser imediatamente interrompido em caso de dor intensa, tonturas, falta de ar ou hemorragias.

O exercício físico não substitui o tratamento oncológico, mas é hoje entendido como um complemento imprescindível, que promove a saúde, o bem-estar e a confiança. Representa um investimento na qualidade de vida durante e após os tratamentos, permitindo que a pessoa recupere forças e encontre motivação para enfrentar o futuro. Em cada sessão de treino há muito mais
do que movimento: há esperança, superação e a prova de que a atividade física, quando bem orientada, pode transformar de forma profunda o percurso de quem luta contra o cancro.