Tem 40 ou mais anos de idade e os valores de colesterol e/ou pressão arterial elevados? É fumador? Tem uma vida sedentária? Saiba que pode estar em risco elevado de vir a ter, nos próximos dez anos, um evento cardiovascular com consequências que podem ser fatais.

As doenças cardiovasculares (DCV) são variadas. Afetam o coração e os vasos sanguíneos, com o ritmo cardíaco (arritmias), e as doenças ateroscleróticas. Neste caso, os vasos sanguíneos vão sendo obstruídos por depósitos de gordura que formam placas (ateromas), dificultando a circulação do sangue.
São vários os tipos de doenças ateroscleróticas em que os vasos sanguíneos são obstruídos, como:

• A doença cardíaca coronária, que pode originar um enfarte do miocárdio (conhecido vulgarmente como ataque cardíaco), uma vez que atinge os vasos que irrigam o coração; 
• A doença cerebrovascular, que afeta as artérias do cérebro, podendo causar um acidente vascular cerebral; doença arterial periférica, que afeta as artérias das pernas.

Os fatores de risco cardiovascular são as condições que aumentam a probabilidade de vir a desenvolver uma DCV. Os fatores podem ser:

• não modificáveis, como o género, a idade ou a história familiar de doenças cardiovasculares;
• modificáveis, dos quais se destacam a hipertensão arterial (tensão alta), a dislipidemia (colesterol e/ou triglicerídeos elevados), a diabetes (açúcar elevado no sangue), o tabagismo, o excesso de peso, a inatividade física e fatores psicossociais, como a ansiedade e a depressão.

A presença de um fator de risco pode potenciar o aparecimento ou agravamento de outros, por isso é tão importante combater todos ao mesmo tempo. Uma vida sedentária pode levar ao excesso de peso ou obesidade, que pode desencadear ou agravar várias doenças, como a hipertensão ou a diabetes.

As DCV continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e em toda a Europa. Segundo o relatório de 2021 da OCDE com a Comissão Europeia, cerca de uma em cada três mortes por
doença cardiovascular pode ser atribuída a fatores de risco comportamentais. O que significa que essa morte pode ser evitada.

A prevenção é a forma mais eficaz de combater as DCV, o que significa impedir o primeiro evento e os seguintes. Existe uma ferramenta, que se aplica a pessoas aparentemente saudáveis,
para a avaliação do risco cardiovascular, e que permite prever o risco de ocorrência de um evento cardiovascular – fatal ou não fatal – a dez anos.

Esta avaliação não deve ser feita a quem tem uma DCV, pois estas doenças, por si só, já representam um risco, que pode ir de baixo a muito alto, dependendo do grau de controlo da doença.

A sua farmácia pode ajudá-lo a avaliar o risco cardiovascular e aconselhá-lo, de forma personalizada, sobre a adoção de hábitos de vida saudável, para que possa manter o seu coração cheio de vida!