mãos a segurar chá quente

Alguma vez, ao contactar com um determinado produto de limpeza para a casa, se apercebeu que a sua pele se ressentia, ficando vermelha e com prurido (comichão)? Se sim, é possível que tenha tido um episódio de dermatite de contacto.

A verdade é que quase todos teremos este tipo de reação, pelo menos, uma vez na vida, e a diversas substâncias.

A palavra “dermatite” é utilizada para descrever qualquer inflamação ao nível da pele, um fenómeno relativamente frequente e que pode ter diversas causas. Assim, a dermatite de contacto é a inflamação causada, como o nome indica, pelo contacto direto com algumas substâncias. Por norma, desenvolve-se poucos minutos após a exposição e pode traduzir-se por:

  • Vermelhidão;

  • Comichão, por vezes, intensa;

  • Edema (inchaço);

  • Pele seca, gretada e a descamar;

  • Sensibilidade ao toque;

  • Pequenas borbulhas e/ou bolhas, que podem formar crostas.

AS DUAS FACES DA DERMATITE

Existem dois grandes tipos de dermatite de contacto, dependendo do mecanismo que a causa:

  • Irritativa ou traumática – É a mais comum e resulta do contacto repetido ou prolongado com substâncias que danificam a camada protetora da pele, deixando-a mais sensível. Pode surgir em qualquer pessoa, sendo particularmente comum em profissões que envolvem o contacto frequente das mãos com detergentes e/ou outros produtos potencialmente agressivos (ex: enfermeiros, cabeleireiros e cozinheiros). O álcool etílico e alguns champôs e detergentes também têm potencial para despoletar esta reação;

  • Alérgica – por norma, ocorre após contacto com substâncias às quais a pessoa já tenha sido exposta. Este tipo de dermatite surge apenas em pessoas suscetíveis e, uma vez sensibilizadas pela substância, basta uma pequena quantidade para desencadear uma reação. Alguns exemplos de substâncias que podem despoletar este tipo de reação são o níquel (utilizado em joalharia e fivelas de cintos, por exemplo) e o formaldeído (utilizado em desinfetantes e roupas).

A melhor forma de gerir a dermatite de contacto é identificar e evitar o contacto com o que está a causar o problema. De modo a manter a pele protegida, nomeadamente a das mãos, siga ainda estes passos:

  • Utilize luvas protetoras sempre que tiver de manipular substâncias irritantes para a sua pele;

  • Aplique regularmente um cuidado hidratante – aconselhe-se com o seu farmacêutico.

Consulte um médico se estas manifestações interferirem demasiado com as suas atividades diárias e/ou sono, se lhe causarem dor ou se durarem mais do que três semanas.