Resistência aos antibióticos

O antibiótico é uma substância natural ou sintética, que tem a capacidade de inibir a multiplicação e destruir os microrganismos responsáveis por infeções. Falamos de resistência aos antibióticos quando estes perdem essa capacidade: na sua presença, os microrganismos não são destruídos, continuam a multiplicar-se e a agravar as doenças.

Fenómenos na base da resistência aos antibióticos:

  • Há mecanismos naturais dos próprios microrganismos que, para sobreviverem, "aprendem" a resistir a estes fármacos;
  • O contacto permanente com estas substâncias acontece pelo uso abusivo, sem controlo, na criação de gado, na piscicultura e outros setores da indústria alimentar. Ingerimos, sem saber, antibióticos contidos em muitos dos alimentos que comemos. Essa realidade é um fator de indução de resistência;
  • Mas a principal causa está no uso indiscriminado, inadequado e incorreto. A automedicação, a utilização de antibióticos em situações não indicadas (constipações, resfriados, gripe e outras viroses), o não cumprimento da posologia
    diária e do tempo total de tratamento, são as principais causas deste fenómeno.

Este é um problema crescente em todo o mundo, tornando inefi cazes muitos tratamentos anti-infecciosos que obrigam à utilização de antibióticos alternativos, mais potentes, mais caros e mais tóxicos.

Existem já algumas bactérias (por exemplo, estafilococos e E. coli), que se revelam resistentes a todos os antibióticos disponíveis. Nestas situações, é como se se regressasse à era pré-antibiótica, em que se registava elevada mortalidade,
sobretudo nas infeções mais graves. A solução do problema envolve várias componentes que passam pela adoção de regras muito precisas aquando da prescrição, quer por parte da medicina veterinária, quer dos médicos.

Não se esqueça: cumpra, pelo menos, estas sete regras:

  • Adote comportamentos de higiene que diminuam as infeções, como lavar frequentemente as mãos com água e sabão, e cozinhe bem os alimentos;
  • Evite a disseminação de infeções: por exemplo, em caso de infeção respiratória, a prática da etiqueta respiratória e o uso de máscara são muito importantes;
  • Use as vacinas disponíveis para evitar as infeções. Quanto menos infeções, menos antibióticos. As vacinas são a principal arma de defesa, sobretudo nas idades extremas de vida, quando a imunidade ainda não está formada ou já esta enfraquecida;
  • Diga não à automedicação. Nunca tome antibióticos por sua iniciativa. Os antibióticos só devem ser tomados quando forem prescritos pelo seu médico;
  • Respeite a posologia aconselhada: tome o antibiótico às horas indicadas;
  • Cumpra o prazo de tratamento prescrito: não interrompa antes do tempo, mesmo se se sentir melhor;
  • Em caso de intolerância ou de reação adversa, contacte imediatamente o seu médico ou farmacêutico, e cumpra as indicações que lhe forem dadas.

Com estas medidas simples estará a dar um importante contributo para impedir a ampliação deste problema, já considerado um grave problema de Saúde Pública.